Para que dia das mulheres?

por Luana Pantoja Medeiros

08 de março de 2018

No ano de 1914 o dia internacional da mulher, 8 de março, esteve sob o signo da luta pelo direito ao voto e pela igualdade de direitos da mulher. Sobre esse dia, Luxemburgo acrescenta; Com esse dia da mulher social democrata, foi inaugurada a “semana vermelha” do partido. A criação do dia da mulher foi iniciativa da 2ª conferência das mulheres socialistas em 1910, entre as delegadas estavam Clara Zetkin, Alexandra Kollontai e Rosa Luxemburgo. (CHANDRETTI para o jornal O Trabalho, em 8 de março 2018). Naquela época, a social democracia agregava todos os revolucionários marxistas, diferentemente do que vemos no cenário político dos dias atuais.

Sem dúvida alguma, a Revolução Russa e o novo poder não se conteve em dar a mulher os mesmos direitos jurídicos e políticos de homem, fez muito mais do que isso, “tudo o que podia, e de qualquer modo infinitamente mais do que qualquer outro regime, para lhe dar o acesso a todos os domínios econômicos  e culturais” (BOITO apud  TROTSKY, 2016, p. 99).

 Naquela época, Alexandra Kollontai disse a respeito, que as mulheres juntaram-se aos homens pela classe trabalhadora, mas também defendiam as demandas que assistiam exclusivamente as mulheres como mães e donas de casa. A organização do dia da mulher serviria como um fator de união da classe trabalhadora, mas também de libertação da condição de lugar subalterno a que foi resguardado as mulheres.

Lembramos hoje, o dia das mulheres, principalmente nossas camaradas que protagonizaram essa data com muita coragem e subversão de identidade. O dia 8 de março, no antigo calendário russo (juliano) caiu em 23 de fevereiro, e manifestações tomaram as ruas. Mulheres proletárias gritavam “abaixo a fome para os trabalhadores e trabalhadoras”.

As tropas destacadas para reprimir, curvavam-se a cumprir as ordens. O palácio Táuride foi ocupado por soldados e marinheiros e lá se instalou o governo Soviete de Petrogrado. Milhares de mulheres trabalhadoras carregavam cartazes e faixas pedindo “Pão e Paz”. Mulheres e homens lutavam por melhorias de sua classe, havia consciência de que, juntos poderiam conquistar direitos para sua classe.

Voltando aos dias atuais, passados 100 anos da revolução protagonizada por mulheres, nós ainda somos as mais atingidas pelo desemprego e pela desigualdade salarial. O texto escrito pela militante petista, Priscilla Chandrentti, “As ruas em defesa dos direitos, da democracia e da candidatura de Lula”, aponta um alto índice de desemprego e principalmente a queda do número de carteiras de trabalho assinadas, onde o grupo mais prejudicado são em especial, mulheres, jovens e os negros, em consequência da política fiscal das contra reformas e dos cortes de investimentos políticos.

Voltando esse olhar ao passado e ao protagonismo feminino russo, é preciso que as mulheres trabalhadoras e sindicalistas, defendam juntamente com a CUT (Central Única dos Trabalhadores) os direitos atacados pelo governo golpista, e dizer que isso tem tudo a ver com a necessidade de Lula se candidatar.

A luta que começou lá na Rússia continua até os dias atuas.  E nós, trabalhadoras, mulheres, mães, professoras, assalariadas precisamos mais do que nunca, do apoio  de cada uma, e também de nossos companheiros, que junto conosco, estamos tendo nossos direitos, todos os dias, atacados. Então, esse 8 de março é dia de luta, em defesa da candidatura de Lula e de todos os nosso direitos.

Mulheres trabalhadoras de todo o Brasil e do mundo, uni-vos!

 

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